Ilustração e Desenho Artistico

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Ao falar de ilustração é comum pensar que ilustração e desenho artístico são a mesma coisa devido a semelhança de linguagem, tanto por sua forma expressiva, quanto por uso de técnicas e métodos similares. Porém é necessário atenção pois, apesar das semelhanças, a ilustração e o desenho distingue principalmente por seus objetivos ou finalidades. É o que veremos a seguir.

O desenho artístico é um meio visual que tem como escopo, de acordo com a maioria dos especialistas, uma forma de expressão com caráter pessoal ou particular, ou seja, manifestação da perspectiva intuitiva do artista e a princípio sem uma intenção comercial ou econômica.

Seu modo de produção parte do interior das experiências e valores do artista e é expresso por meio das diversas técnicas e instrumentos que o desenho artístico disponibiliza tais como: grafite, creiom, pastel seco, bico de pena, gravuras, aquarela, etc.

A Ilustração é uma arte com fins práticos e econômico, como meio, tem a função de atender uma comunicação pública ou privada seja ela, institucional ou comercial.

Voltada para a necessidade de mercado pode resultar em:
agregar valor ao produto, comunicar identidade corporativa, auxiliar no posicionamento, e diversas outras necessidades que envolvem um produto ou serviço de empresas e instituições. São exemplos: ilustrações em embalagens, moda, brindes, jogos, adesivos, etc.

A ilustração como linguagem, tem um caráter criativo e eficaz, e se adequa bem a qualquer público e diferentes projetos. Como linguagem, pode se comunicar com faixa etária distintas é só notar as ilustrações nos diversos níveis de ensino. Infográficos, personagens, ilustrações realistas e técnicas podem auxiliar outras linguagens com grande potencial na comunicação.

Abaixo a esquerda um desenho que a princípio poderia ser para uma exposição de arte fantástica onde seu tema transmite a ideia de aventura e criatividade. A direita, a arte foi aplicada a um cartaz da comunicação visual de um evento de quadrinhos. Nesse momento o desenho é utilizado para atender uma necessidade de comunicação do cliente e passou a ser uma ilustração. A ideia de aventura, criatividade e uma perspectiva fantástica eram os conceitos que o cliente desejava agregar como valor em seu evento.

Essa distinção se faz cada vez mais necessária na aréa da ilustração, isso se este profissional que se diz ilustrador, quer ter um lugar e uma identidade própria.

O ilustrador é um profissional da imagem, e geralmente, tem sido associado ao desenhista e artista plástico, porém, ilustrar não é uma atividade ou uma linguagem exclusiva do desenho ou artes plástica A fotografia também serve com ilustração, ou seja, um fotógrafo também pode se considerar um ilustrador na medida que suas fotos ilustram temas, assuntos, ideias e mensagens em projetos editoriais ou publicitário

No Brasil a atividade é mal repensada, não há por parte de muitos ilustradores brasileiros, uma necessidade de discutir a ilustração com profundidade mais teórica. Os diálogos ficam no nível técnico e não entra para um nível conceitual, o que faz com que a ilustração não seja vista em sua complexidade e lugar merecido.

As escolas de Ilustração no Brasil tem sua raiz arraigada no desenho artístico e nas artes plásticas, sequer discute questões de linguagem, teoria da imagem ou mesmo a ilustração em si. O resultado disso é uma formação inconsistente e mais, uma geração de ilustradores sem base sólida que sequer conseguem defender seu papel no mercado. Aliás, o termo mercado é outro termo em que uma boa parte dos ilustradores não se dão bem. Parece que cada vez mais há um divórcio entre o ilustrador e o mercado, assunto para ser discutido em outro artigo, mas que tem a ver com a falta de distinção do termo, pois se o ilustrador acha que é um artista e não um profissional distinto, como se relacionará bem no mercado de comunicação se não tem postura de um profissional de comunicação. Um jornalista, apesar de dominar a escrita, no mercado ele não será cobrado de ser um gênio da literatura mas sim, de produzir seus textos pontuais que atenda a necessidade do jornal ou revista a qual trabalha, assim também é o ilustrador, não se espera que seja um gênio das arte mas que seja pelo menos um bom profissional com competência suficiente de atender o que o projeto ou "job" requer e no final cobrar bem pelo serviço.

Apesar das diferenças entre os termos ilustração e desenho artístico, a base da ilustração e de todas as artes visuais é o desenho. Assim quem pretende atuar bem na ilustração estudar desenho, pode ser de grande ajuda!

Referência Bibliografica:
ARNOLD, Eugene - Tecnicas de la Ilustracion. - ed. LEDA. Barcelona, 1982.
MORRIS, Bethan. - Ilustración de Moda. - ed.Blume. Barcelona, 2006.
PARRAMON ,Jose M.- Técnicas de ilustración - Parramón Ediciones - 2002
ZEEGEN. Lawrence, - The Fundamental Illustration - Ed. AVA Publishing SA- 2005.

As Etapas de um Desenho Animado

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Fantasmagorie animação de 1908

Depois que foi criado o cinema como o conhecemos hoje, as pessoas que eram ilustradores quiseram também usar essa forma de arte para dar vida ao que criavam. Assim foi criado o Fantasmagorie em 1908. Depois, com o advento do som, os fimes tinham além de movimentos a melodia, os sons e as falas.
Toda uma tecnologia e experiência foi desenvolvida por pessoas que tinham uma mente criativa e, além de ter a arte no sangue, eram inventores. Mas o meu objetivo é descrever um processo que a Disney desenvolveu na área de desenho animado e esta se tornou a partir dele um setor especializado dentro do cinema.
Fizeram algumas animações de curta metragens que ficaram famosas como "animações espaguete", pois os braços e pernas dos personagens eram moles e ondulantes.

Mas como se faz uma produção destas?

Quem começou a definir os passos necessários para executar uma produção de filme animado foi com certeza Roy e Walt Disney.



Story Board

Para não perder a coerência das sequências de cena e poderem desenvolver todo o filme dando valor à narrativa e valorizando todas as ações que melhor contassem a história, manter o tempo planejado para a história e desenvolveram o story board. Assim não perdiam tempo animando cenas desnecessárias, nem lhes faltava tempo para a narrativa no final.

Nessa época os desenhos tinham apenas trilha sonora que os personagens marcavam o ritmo dançando. Depois dos curtas musicados os personagens desenhados começaram a falar nas telas de cinema. Então a execução do Story Board ficou mais necessário e preciso. A ação era ensaiada na frente de um espelho com um cronômetro. Muitas vezes Disney contratou um ator para atuar para os seus animadores esboçarem o personagem ou iam a um bosque ou zoo filmar os animais ao vivo, também o levavam ao estúdio para estudar seu comportamento e anatomia.

Havia uma deficiência de cores para pintar os cells e a textura das tintas era frágil para aderir no acetato, tudo isso teve que ser desenvolvido por Walt que foi aos fabricantes de tinta e ao lado deles criou uma paleta de cores até então nunca usadas! Ele contribuiu para essa renovação, incentivando a pesquisa de novos corantes e uma tinta com textura que aderisse ao acetato sem craquelar ou descolar antes da filmagem.

Normalmente a trilha sonora do filme é feita depois de elaborado o Story Board para marcar a ficha de som que facilitaria ao animador a execução da sua cena ou sequencia de cenas, para fazer o personagem dançar no compasso da música ou falar de acordo com a fonética marcada na ficha de animação.



Para fazer o filme da Branca de Neve não havia sido criado ainda a estrutura dos campos Multiplanos. Então se troncos de árvores estavam na frente do olhos, e no fundo haviam montanhas distantes, para criar a profundidade necessária, o tronco era feito num overlay recortado, cheio de detalhes de musgo e texturas da casca com um efeito de desfoque por pinceladas, na clareira os personagens agiam e ao fundo, atrás mais árvores e arbustos as montanhas também desfocadas mas presentes, quase se confundindo com o céu. Na filmagem a câmera deslizava por duas colunas de aço por meio de manivelas que a posicionavam para o campo de filmagem. Os holofotes eram acionados e ajustados com o fotômetro para banharem o acetato sobre o cenário com o overlay da árvore em primeiro plano. A cada dois frames filmados os acetatos eram trocados e o abturador da câmera colhia dois novos frames.



Após a filmagem era retirado o rolo de filme 35mm da câmera e enviado para a revelação. Da revelação já era feita a mixagem da trilha sonora com as imagens.





Espirited Away foi todo animado da forma clássica e, quando vemos seu making off, o seu criador Miyasaky fez toda a trilha sonora depois de realizada a filmagem das cenas, inclusive as locuções com sons incidentais e diálogos. Os dubladores viam as cenas e reproduziam as falas nos tempos das cenas. como os dubladores que refazem diálogos para trocar a linguagem original de um filme estrangeiro.

ILUSTRAÇÃO CIENTÍFICA

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CONCEITOS


ILUSTRAÇÃO
- Imagem ou figura de qualquer natureza com que se orna ou elucida o texto de livros, folhetos e periódicos. (Dicionário Aurélio)
- Uma ilustração é uma imagem pictórica, geralmente figurativa (representando algo material), embora algumas raras vezes também abstrata, utilizada para acompanhar, explicar, acrescentar informação, sintetizar ou até simplesmente decorar um texto. Embora o termo seja usado freqüentemente para se referir a desenhos, pinturas ou colagens, qualquer imagem, incluindo fotografias, pode ser usada como ilustração. Além disso, a ilustração é um dos elementos mais importantes do design gráfico. (Wikipédia, a enciclopédia livre - 06/06/2010).


Esses conceitos ou entendimentos do que vem a ser ilustração refletem a evolução da tecnologia e linguagem gráfica, ficando cada vez mais difícil de definir as fronteiras da ilustração. Entretanto, ponto em comum é o seu vínculo a uma idéia ou texto a ser transmitido, reforçando sua mensagem ou lhe dando corpo. Os meios utilizados para isso podem ser os mais variados possíveis: desenho com grafite, carvão, nanquim, aquarela, acrílica, óleo, desenho digital e até a fotografia. Há quem pense que uma ilustração só pode ser feita através de desenhos ou pinturas. Esse equívoco talvez se deva ao fato de que originalmente uma ilustração era mesmo um desenho ou pintura e só depois de milênios é que a fotografia e demais recursos tecnológicos foram desenvolvidos.

É importante fazer a distinção entre ilustração e arte simplesmente, pois essa não tem compromisso nenhum com qualquer tipo de mensagem, nem com a própria idéia do artista ao concebê-la, uma vez que podem ser percebidas de formas diferentes pelas demais pessoas. Na ilustração existe o compromisso do ilustrador com uma mensagem bem definida, e não pode haver interpretações discrepantes da mesma, por pessoas diferentes.

Qualquer imagem pode ser usada como ilustração e isso inclui as obras de arte, mas elas sempre virão atreladas a um contexto que leva os espectadores a interpretá-la de forma similar. Isso não impede que algumas ilustrações também possam ser usadas como obras de arte, desatreladas do contexto para o qual foram concebidas.

Esse assunto causa controvérsias em roda de ilustradores, pois muitos não diferenciam uma obra de arte de uma ilustração e fazem questão de serem chamados de artistas. Como o conceito de “arte” não é preciso e chega a variar de escola para escola, podemos dizer que, sendo ou não considerada arte, a ilustração surgiu para dar um “recado” e seu entendimento deve ser o mesmo, para todas as pessoas que a visualizam e não podem ser interpretadas livremente, fora de seu contexto original.


ILUSTRAÇÃO CIENTÍFICA

Ilustração científica tem o enfoque na riqueza e precisão da informação visual e é usada em trabalhos científicos, pesquisas e ensino, além da divulgação da ciência de modo geral. Ela pode ser bem simples, até mesmo esquemática, ou muito elaborada, retratando detalhes em imagens realistas ou hiper-realistas. Devido ao rigor técnico exigido, muitos profissionais costumam se especializar em uma das modalidades de ilustração científica. Embora os modelos biológicos e ambientais (como na medicina, odontologia; entomologia, botânica, zoologia, paleontologia, arqueologia, entre outras) sejam mais comumente representados, a ilustração científica pode englobar diversas profissões ligadas ao desenvolvimento tecnológico, como física, química, eletrônica, astronomia, etc.

Este é um trecho da apostila "História da Ilustração Médica" – Iriam Gomes Straling.




Pra quem quer seguir como ilustrador

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Pergunta: Quais dicas você dá para quem está tendo a ideia agora de seguir carreira com ilustração?

Resposta - Estude, estude muito. Desenhe mais ainda, desenhe sempre que você puder.

Conheça o trabalho da maior quantidade de artistas que você puder e procure realizar trabalhos parecido com os trabalhos desses artistas para aprender com eles.

Seja disciplinado. Saiba receber uma crítica, mesmo se uma pessoa te detonou, te colocou no chão, utilize essa crítica para ver o que você pode fazer de melhor.

Jamais desista, se sua tentativa não deu certo, saiba que talvez errado seja a forma como você tentou, e não você tentar. Tenha paciência, procure ouvir, mesmo as coisa que não te agradam. Procure também aprender coisas que não seja somente ligadas a arte, ilustração.

Se interesse por outras áreas do conhecimento, porque elas irão aumentar o seu cabedal de cultura. Leia livros, procure refletir sobre o seu papel como ilustrador, sobre o papel do seu trabalho, sobre a sua função na sociedade. E principalmente, não dê vazão ao seu ego, caso algum dia ele resolver se manifestar...

Controle a tentação de utilizar o computador e as facilidades tecnológicas o máximo que você puder. Procure aprender e treinar o máximo possível somente no lápis e papel. Desenhe, desenhe, desenhe, desenhe tudo o que seus olhos enxergarem, desenhe todas as coisas que existirem no mundo, de todas as maneiras, de todos os ângulos. Depois disso, desenhe tudo de novo.

Depois utilize os materiais tradicionais (canetas, penas, pincéis, tintas, lápis, giz) o máximo de tempo que você puder. brinque com todas as tintas que você puder conhecer, todos os papéis e tipos de tela. Faça muitas experiências misturando esses materiais e procure ter um portfolio somente de trabalhos realizados com materiais reais.

Depois disso, parte para o meio digital.

Ninguém irá te segurar.

Seja amante da arte, do desenho e do trabalho. Faça do desafio seu aliado. Goste de crescer, aprender. Aprenda a sentir prazer com a sua evolução.

Não tenha medo de realizar conquistas novas. Apenas aprenda a estar preparado e merecedor das conquistas que você puder ter.

Procure perceber com uma certa regularidade que ainda existem coisas que você precisa aprender e realizar.

Fuja ao máximo da idéia de já ter chegado a plenitude.

Viva a vida e construa o mundo a sua volta da melhor forma possível, isso é permitido à todos e para quem pretende seguir como ilustrador, isso pode ser decisivo.

Qual a diferença entre cartum charge e caricatura


"Estes e mais textos no site do ilustrador BEGÊ" www.begeilustrador.blogspot.com
Fala galera, hoje falarei de um assunto que quase todos vêem em jornais, revistas entre outros periódicos, porém não percebem a diferença entre eles. Os três tópicos que abordo são o Cartum, Charge e Caricatura. Qual a diferença entre eles hein?
Em palestras, feiras e rodas de profissionais este tema é bastante discutido, pois ainda é uma dúvida entre iniciantes e até mesmo em profissionais. Não é fácil definir exatamente cada um por causa de suas características bem peculiares, e às vezes é embaraçoso responderem estas questões.
Tentarei explicar de uma forma mais simples embasado em termos teóricos e práticos no qual eu me envolvo em meus trabalhos.

A Charge é uma ilustração que tem como objetivo principal dar opinião e, na maioria das vezes, criticar certo assunto. A palavra CHARGE vem do francês e significa “atacar” ou “carregar”, digo isso no sentido figurado da palavra. A ilustração tem sentido em certa época com algum fato ocorrido em sua sociedade, é um trabalho temporal. Podemos ver muitos exemplos com temas de futebol e política, mas não excluem outros temas, simplesmente os dois são os mais inspiradores por suas polêmicas e acontecimentos. Esta é a maior característica da charge, contextualizar certa situação em seus desenhos, fora isso ela perde sua funcionalidade como termômetro crítico. Muitas charges duram décadas e são exemplos até hoje para profissionais, mantendo sua força de expressão e formação de opinião.
Abaixo coloco algumas charges como exemplo.



O Cartum , de certa forma, é um desenho descompromissado de humor ou carga política e social. A palavra vem do inglês “cartoon” que significa “cartão”, ele relata um assunto universal sem depender de contexto nenhum, apenas um tema a ser explorado, sendo assim, atemporal. O cartum tem temas que podem ser entendidos em qualquer parte do mundo, pois não é um assunto de uma certa região no qual precisa de uma certa bagagem de conhecimentos específicos para entender. É um desenho geralmente cômico e universal.
Abaixo coloco alguns cartuns como exemplo.


A Caricatura , por sua vez, tem um ar de exagero. No caso de caricatura pessoal, o desenhista escolhe as partes mais salientes do indivíduo para exagerá-las, podemos ver, em grande parte dos trabalhos, que eles preferem explorar o rosto do personagem. A palavra caricatura vem do italiano “caricare” que significa “carregar” ou “exagerar”, assim, os ilustradores adoram usar para satirizar personagens públicos. A caricatura, dependendo do contexto, pode até se transformar em uma charge (caso tenha um sentido de atacar ou criticar alguma situação) ou pode se transformar em cartum (se simplesmente for um desenho descompromissado). Não necessariamente as caricaturas têm que ser exageradas, podemos fazer caricaturas em formatos diferenciados, mas mantendo as características das pessoas para terem uma identificação mais facilitada. Então, uma caricatura é o retrato de alguém, exagerado ou não mantendo suas características físicas.